sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Relatório 14









Relatório 14

Nesta aula do dia 12 de novembro, realizamos as oficinas 11 e 12 do TP6. Assim fizemos, pois eu achei interessante as duas.
A oficina 11 foi muito divertida e aproveitada. A imaginação dos meus cursistas estava alta.
Bem, no começo da oficina, primeiramente fizemos um breve comentário do TP6, relembrando as principais partes. Após, cada cursista relatou como foi seu avançando na prática. Neste momento, como sempre acontece, houve muita troca de informações, ideias e sugestões para as atividades que cada cursista realizou. (Os comprovantes das atividades estão no “relatório 11 e 12”.
Na terceira parte deste encontro, desenvolvemos uma crônica a partir de um trecho do texto de Moacyr Scliar “espírito carnavalesco”. Saíram ideias muito boas e a imaginação foi longe.

Texto completo:

O ESPÍRITO CARNAVALESCO
Moacyr Scliar

Cansado, ele dormia a sono alto, quando foi bruscamente despertado pela esposa, que o sacudia violentamente.
– Que aconteceu? – resmungou ele, ainda de olhos fechados.
– Não posso dormir – queixou-se ela.
– Não pode dormir? E por quê?
– Por causa do barulho – ela, irritada: – Será possível que você não ouça?
Ele prestou atenção: de fato, havia barulho. O barulho de uma escola de samba ensaiando para o carnaval: pandeiros, tamborins... Não escutara antes por causa do sono pesado. O que não era o caso da mulher. Ela exigia providências.
– Mas o que quer você que eu faça? – perguntou ele, agora também irritado.
– Quero que você vá lá e mande pararem com esse barulho.
– De jeito nenhum – disse ele. – Não sou fiscal, não sou polícia. Eu não vou lá.
Virou-se para o lado com o propósito de conciliar de novo o sono. O que a mulher não permitiria: logo estava a sacudi-lo de novo. Ele acendeu a luz, sentou na cama:
– Escute, mulher. É carnaval, esta gente sempre ensaia no carnaval, e não vão parar o ensaio porque você não consegue dormir. É melhor você colocar tampões nos ouvidos e esquecer esta história.
Ela começou a chorar.
– Você não me ama – dizia, entre soluços. – Se você me amasse, iria lá e acabaria com a farra.
Com um suspiro, ele levantou-se da cama, vestiu-se e saiu, sem uma palavra.
Ela ficou à espera, imaginando que em dez ou quinze minutos a batucada cessaria.
Mas não cessava. Pior: o marido não voltava. Passou-se meia hora, passou-se uma hora: nada. Nem sinal dele.
E aí ela ficou nervosa. Será que tinha acontecido alguma coisa ao pobre homem? Será que – por causa dela – ele tinha se metido numa briga? Teria sido assassinado? Mas, neste caso, por que continuava a batucada? Ou seria aquela gente tão insensível que continuava a orgia carnavalesca mesmo depois de ter matado um homem? Não agüentando mais, ela vestiu-se e foi até o terreiro da escola de samba, ali perto.
Não, o marido não tinha sido agredido e muito menos assassinado. Continuava vivo, e bem vivo: no meio de uma roda, ele sambava, animadíssimo.
Ela deu meia-volta e foi para casa. Convencida de que o espírito carnavalesco é imbatível e fala mais alto do que qualquer coisa.


Após feitas as devidas leituras e apresentações de seus textos, partimos para a oficina 12, parte III.
Na aula passada eu já havia sugerido que cada professor levasse algumas obras literárias que costuma trabalhar com seus alunos. Eles levaram algumas sugestões. Comentamos, discutimos e trocamos ideias. Dentre as sugestões, encontram-se:
A Bela e a Fera;
Harry Potter;
O Mágico de Oz;
Alice no País das Maravilhas;
Vários de Monteiro Lobato, dentre eles:
Viagem ao Céu;
Emilia no País da Gramática;
O Picapau Amarelo.

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